quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O Grande Rei da Inglaterra e Líder dos Plantagenetas




Kiиg нєияy II Plαηtαgєηєtα



Henrique II de Inglaterra (5 de Março de 1133 — Le MansFrança6 de Julho de 1189), também conhecido como Henrique Curtmantle (emfrancêsCourt-manteau), Henrique FitzEmpress ou Henrique Plantageneta, governou como Conde de Anjoude MaineDuque da Normandiada AquitâniaConde de NantesRei de Inglaterra (1154-1189) e Lord da Irlanda; por diversas vezes controlou o País de Gales, a Escócia e o Ducado da Bretanha. Henrique era filho de Godofredo V de Anjou e de Matilde, filha de Henrique I. Com 14 anos envolveu-se nos esforços para reclamar o trono de Inglaterra que a sua mãe levava a cabo, tornando-se Duque da Normandia com 17 anos. Em 1151, herda Anjou, e pouco depois casa com Leonor da Aquitânia, cujo casamento com Luís VII de França tinha sido anulado. O rei Estêvão de Inglaterra acordou um tratado de paz após uma expedição militar a Inglaterra em 1153, e Henrique herdou o reino após a morte de Estêvão, um ano depois. Ainda muito novo, passou a controlar o que seria mais tarde designado por Império Angevino, que se estendia por grande parte da Europa Ocidental.
Henrique era um governante dinâmico e, por vezes, cruel, levado por uma vontade de recuperar as terras e os privilégios do seu avô, Henrique I. Durante os seus primeiros anos de governação, Henrique repôs a administração real em Inglaterra, reestabeleceu a hegemonia sobre o País de Gales e recuperou o domínio total sobre as terras em Anjou, Maine e Touraine. Henrique depressa entrou em conflito com Luís VII, e ambos mantiveram-se numa luta designada como "guerra fria", não havendo uma intervenção militar, mas sim a um nível económico e político, durante várias décadas. Henrique expandiu o seu império, por diversas vezes à custa de Luís, tomando a Bretanha e entrando pelo leste até à região central de França até Toulouse; apesar de numerosas conferências e tratados de paz, nunca se chegou a um entendimento duradouro. Embora Henrique tivesse boas relações com as hierarquias locais da Igreja, o seu desejo de reformar as relações de Inglaterra com a Igreja, deu origem a conflitos com o seu antigo amigo Thomas Becket, o Arcebispo da Cantuária. Estes conflitos continuaram durante toda a década de 1160 e culminaram com a morte de Becket em 1170.
Durante o seu reinado, Henrique teve vários filhos com Eleanor, e a tensão sobre o próximo herdeiro teve início, potenciada, primeiro por Luís VII e, depois, pelo seu filho e sucessor Filipe Augustus. Em 1173, o herdeiro aparente de Henrique, Henrique o Jovem, insurgiu-se num protesto contra o seu pai; a ele juntaram-se-lhe os seus irmãos Ricardo e Godofredo, e a sua mãe, Eleanor. A França, a Escócia, a Flanders e Bolonha aliaram-se aos rebeldes contra Henrique. A Grande Revolta estendeu-se por todas as terras de Henrique e apenas foi derrotada pelos seus valorosos comandantes locais em acções militares; muitos dos comandantes eram novos homens escolhidos pela sua lealdade e capacidades administrativas. Henrique era generoso nas vitórias e parecia estar do seu momento áureo dos seus poderes, mas Godofredo e o Jovem Henrique revoltaram-se, de novo, em 1183, resultando na morte deste último. Apesar de invadir a Irlanda para tomar terras para o seu filho mais novo João, Henrique esforçou-se por agradar a todos os seus filhos no respeitante à posse de terras e poder imediato. Filipe conseguiu convencer Ricardo que Henrique iria nomear João para rei, e nova revolta teve lugar em 1189. Derrotado por Filipe e por Ricardo e sofrendo de uma hemorragia devido a uma úlcera, Henrique retirou-se paraChinon em Anjou, onde viria a morrer.
O império de Henrique rapidamente colapsou durante o reinado do seu filho João. Muitas das mudanças introduzidas por Henrique durante o seu governo, contudo, tiveram efeitos a longo-prazo. As alterações ao nível do Direito são consideradas como a base para as leis inglesas, enquanto a sua intervenção na Bretanha, País de Gales e Escócia moldou o desenvolvimento das suas sociedades e sistemas de governação. Ao longo dos tempos, as interpretações histórica sobre o reinado de Henrique têm-se alterado de forma significativa. No século XVIII, os académicos defendiam que Henrique foi a força que criou uma monarquia legítima, e, no fim, uma Grã-Bretanha unificada. Durante a expansão vitoriana do Império Britânico, os historiadores estavam interessados, em particular, na formação do próprio império de Henrique, mas também davam alguma atenção à sua vida privada e relação com Becket. Nos finais do século XX, alguns historiadores analisaram os relatos históricos britânicos e franceses de Henrique, pondo em causa algumas interpretações anglocentricas do seu reinado.

Primeiros anos[editar]

Henrique cresceu em Anjou nos territórios do pai, acompanhando de longe a luta de sua mãe pela coroa inglesa. Foi introduzido na governação em 1150 e depressa se revelou um líder capaz. A 18 de Maio de 1152, Henrique casou com a herdeira e duquesa Leonor da Aquitânia, recentemente divorciada do rei Luís VII de França. Apesar do divórcio, Leonor conseguiu preservar a tutela do seu ducado, que passou a governar com Henrique a partir da data do casamento. Este facto fez de Henrique senhor de um território que incluía a Normandia, Anjou, PoitiersAquitânia e Gasconha, tornando-o tão poderoso ou mais que o próprio rei de França.

Reinado

Em 1153, depois da morte de Eustáquio de Blois, herdeiro de Estêvão de Inglaterra, Henrique invadiu a Inglaterra e obrigou o rei doente a nomeá-lo como sucessor. Esta solução para o fim da guerra civil agradou às populações e no ano seguinte Henrique tornou-se rei de Inglaterra com apoio generalizado do país. Henrique depressa mostrou que não seria um monarca leniente (suave) e que os tempos da Anarquia tinham chegado ao fim. As suas primeiras medidas foram dirigidas aos nobres que se haviam tornado imprevisíveis durante a crise. Castelos construídos sem autorização real foram desmantelados e um novo sistema de colecta de impostos implementado. A administração pública melhorou significativamente com o estabelecimento de registos públicos criados pelo rei. No campo da justiça, Henrique mandou coligir o primeiro livro de leis inglês, descentralizou o exercício da justiça através de magistrados com poderes de agir em nome da coroa e implementou o julgamento por júri.
Entre as variadas iniciativas, Henrique minou o poder da Igreja Católica, determinando que religiosos que tivessem cometido crimes de direito comum fossem julgados por tribunais civis e não eclesiásticos, e estabelecendo um novo conjunto de impostos sobre as ordens religiosas. Como seria de prever, esta atitude valeu-lhe uma enorme onda de protestos, encabeçada por Tomás BecketArcebispo da Cantuária e seu amigo pessoal. Becket dirigiu-se a Roma para apelar ao papa ao que se seguiu um exílio de vários anos. Em 1170, Henrique e Beckett reconciliaram-se formalmente num encontro na Normandia, mas pouco depois o atrito recomeçou. Diz a tradição que Henrique perguntou: Não há ninguém que me livre deste padre turbulento?. Quatro dos seus nobres levaram o desabafo a sério e Tomás Becket foi assassinado na Catedral da Cantuária a 29 de Dezembro de 1170. Henrique chorou a morte de Becket e puniu severamente tanto os assassinos como as suas famílias. Para aligeirar a relação com o papa que o ameaçou de excomunhão, o rei doou importantes somas à ordem dos Templários e aos Cavaleiros Hospitalários e incentivou os seus súbditos a partir em cruzada para a Terra Santa, apesar de ele próprio nunca ter peregrinado ao Oriente.
Durante o seu reinado, Henrique finalizou a conquista e anexação do País de Gales e da Irlanda.

domingo, 23 de outubro de 2011

O IMPÉRIO MAIS PODEROSO QUE Á EXISTIU

O Império Plantageneta ou Império angevino (de Anjou) é o conjunto de Estados que se estendiam dos confins anglo-escoceses aos Pirenéus e da Irlanda a Limousin, unidos a meio do século XII por Henrique II de Inglaterra.


O termo "império" para referir os territórios sob controlo de Henrique II e seus descendentes é utilizado pelo menos uma vez desde o século XII, no Dialogus de Scaccario de Richard fitz Nigel, surgido por volta de 1179.
No entanto, a ausência de uma unidade política, administrativa e financeira, assim como a breve existência do império (entre 1154 e 1204, data da conquista da Normandia) fizeram nascer algumas reticências nos historiadores quanto à utilização dessa expressão[1]. O "império Plantegeneta" é, na realidade, um conjunto de vários Estados: um reino (Inglaterra), dois ducados (a Aquitânia e a Normandia) e vários condados. A sua unidade vem do fato de que uma única pessoa encabeça esses territórios: Henrique II.
Em 1984, Robert-Henri Bautier fala em "espaço Plantageneta" em vez de "império". Mesmo empregando a expressão, o historiador Jean Favier acha mais correto falar em "complexo feudal" do que em "império". São empregues outras expressões tais como "estado" ou "federação". No entanto hoje em dia, em França, o termo "império Plantageneta" é o mais utilizado em publicações. Em Inglaterra fala-se em "Império Angevino" (Angevin Empire), termo utilizado pela primeira vez por Kate Norgate em sua publicação de 1887 England under the Angevin Kings referindo-se à origem da dinastia Plantageneta. Alguns vão mesmo ao ponto de utilizarem o termo Commonwealth.

Em seu auge territorial, o Império Plantageneta era constituído pelo Reino de Inglaterra, Senhorio da Irlanda, ducado da Normandia, ducado da Aquitânia (condado de Poitiers, ducado de Gasconha, condado de Périgord, condado de La Marche, condado de Auvergne e viscondado de Limoges) e condado de Anjou (condado do Maine e condado de Tours). Os plantagenetas tinham também alguma influência no ducado da Bretanha, nos principiados galeses independentes, no Reino da Escócia e no condado de Tolosa, apesar desses territórios não pertencerem ao império.
As fronteiras eram por vezes bem conhecidas, tal como a que separava a Normandia do domínio real. Outras, pelo contrário, eram dúbias, especialmente na fronteira leste da Aquitânia, onde existia uma diferença entre o reclamado por Henrique II e a sua verdadeira influência.

Uma das caracteríticas do Império Plantageneta era a sua natureza policrática, um termo utilizado por Jean de Salisbury no seu Policraticus.
  • A Inglaterra era dividida em Shires, com um xerife encarregado em fazer respeitar a common law. Um Justiciar, administrador geral, era apontado pelo rei quando este se ausentava do reino. Curiosamente a prolongada ausência dos reis de Inglaterra, muitas vezes em França, favorecia a administração inglesa[5]. Sob o reino de Guilherme o Conquistador, os nobres não possuíam terras contíguas de grandes proporções, o que não lhes permitia enfrentar o rei e defender as suas terras ao mesmo tempo. Se bem que os Earls possuíam um estatuto semelhante ao dos condes no continente, não eram poderosos o suficiente para desafiar o rei.
  • Na Grande Anjou[Nota 1][6], existiam dois cargos que partilhavam a administração: os prebostes e os senescais. Estes últimos estavam sediados em Tours, Chinon, Baugé, Beaufort, Brissac, Angers, Saumur, Loudun, Loches, Langeais e Montbazon. Os restantes senhorios não eram administrados pela família Plantageneta. O Maine foi, num primeiro tempo, desprovido de administração central. Os plantagenetas instalaram ali novos administradores, como o senescal de Mans. Mas essas reformas surgiram tardiamente e os Capetianos foram os únicos a beneficiar disso após anexarem a Grande Anjou[7].
  • O ducado de Gasconha era um território mal administrado, onde os administradores residiam em Entre-deux-mers, Bayona, Dax, ao longo do caminho de peregrinação de Santiago de Compostela e da Garona até Agen. O resto do território não tinha administradores e representava uma grande parte do ducado, comparando com outras províncias. Era difícil para os Plantagenetas, tal como o fora para os condes de Poitou, manter a sua autoridade no ducado[8]. Essa parte da Gasconha era pouco atrativa devido à sua paisagem (húmida, deserta e pantanosa).
  • A oeste de Poitou e da Aquitânia, existiam numerosos castelos nos quais viviam os representantes oficiais, mas a leste dessas províncias não havia nenhum. Os senhores locais governavam essas regiões como se fossem soberanos, possuindo fortes poderes. Foi ali que Ricardo Coração de Leão morreu lutando contra um senhor local, no Limousin. Alguns senhores eram poderosos rivais, tais como a Casa de Lusignan, em Poitou.
  • A Irlanda era gerida pelo senhor da Irlanda, título criado por Henrique II ao mesmo tempo que o senhorio da Irlanda aquando da conquista da ilha em 1171. O rei teve sérias dificuldades em impor a sua autoridade. Dublin e Leinster eram as principais praças fortes dos plantagenetas, enquanto que o condado de Cork, de Limerick e de Ulster estavam nas mãos dos nobres anglo-normandos.
  • O conde de Tolosa estava ligado por um laço de vassalagem que raramente honrava. Apenas Quercy era diretamente administrada pelos Plantagenetas, e manteve-se uma terra contestada.
  • A Bretanha, região onde os nobres são tradicionalmente independentes, estava sob controlo dos Plantagenetas (regentes e depois duques) de 1166 a 1203. Nantes estava indiscutivelmente sob domínio angevino enquanto que os Plantagenetas metiam-se muitas vezes nos assuntos bretões, colocando bispos e impondo a sua autoridade.
  • O Pais de Gales reconheceu os Plantagenetas como senhores. No entanto continuava a ter uma administração independente, fornecendo aos Plantagenetas soldados e arqueiros.